domingo, 28 de dezembro de 2008

aquário

mergulho nas tuas águas
dou ponta, bato cabeça
nadadeiras abertas
limites reais
não posso com o sem fundo do mar

um quarto de século
sala de espera, que não cessa de esperar
banho de sol
mistura de ingredientes, deixa crescer

quando tu estoura a bolha
eu dou vôos de borboleta
que são tuas, mas como tudo
minhas também são

ombro, (a)braço
cabeça, pernas
coração

escolhas espelhadas
desejo de não separar
caminhos diferentes
diferentes onde?

alguém entende?
não! conseguimos
parece uma, mas são sempre duas

não consigo mentir
tu lês as sobrancelhas que insistem em falar antes do olhar
guarda-chuva aberto
quando os olhos insistem em chover

aquarela
preto e branco
preto no branco
pretas

quando amo demais
tu de menos
perfeita sincronia, anacronia
mundo que só nos pertence

que o que nos sobra
seja sempre a sobra perfeita
da soma imperfeita.

Um comentário:

  1. Preta!
    Toda a tua doçura só poderia mesmo transbordar em poesia...
    Amei...e chorei... porque às vezes o aquário também transborda...
    Amo-te!
    Ferdi

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